Algumas partilhas de Roma.
A minha solidariedade com o Mário e esta nova aventura.
Coragem para os que ficam. Criatividade para viver as distâncias é o que desejo.
Por aqui continuo à toa. As perguntas são muitas e sérias. As respostas não tantas. Esta semana tenho andado feliz, naquela sensação de
não, não sou o único! Finalmente encontrei alguns autores que se fazem as mesmas perguntas que eu. E que vão procurando respostas.
Se calhar vocês entendem bem essa sensação de trazer algo importante cá dentro e que ninguém parece reconhecer.
Que notícias? Fizemos um retiro de um dia no sábado passado. Muito bom.
Não sei como está a ser a vossa quaresma. Nesta altura, com uma semana já andada, espero que todos já tenham tomado as suas decisões estratégicas.
Uma das que tomei foi partilhar algumas reflexões e uma pequena oração a partir do Evangelho de cada dia da Quaresma. Podem ir acompanhando cada dia
aqui.
NOutro dia, ao passar no corredor, reparei numa etiqueta, na porta de um dos meus vizinhos:
Voglio studiare, per essere utile alla mia gente. Quero estudar para ser útil à minha gente.
Sem querer dar-vos sermões, agora que voltei a partilhar convosco a condição de estudante, digo-vos que me fez impressão.
Às vezes não pensamos nas motivações pelas quais andamos na escola. Andamos, porque é suposto andarmos. É quase natural. Imagina-se que tem que ver com a nossa caminhada para nos tornarmos adultos. E nessa lógica, um bocado adolescencial (estilo liceu) lamentamo-nos dos professores, fazemos a gestão mínima (o máximo de notas com o mínimo de esforço).
E se calhar não articulamos o nosso estar na escola com o projecto de vida que temos (já temos?), com a dimensão "económica" (quanto custa a mim, à minha família, em euros; quanto esforço meto; o que espero receber...), com a dimensão "política" (em termos de sociedade, de relação com os outros... que espero conseguir com os estudos).
Claro que eu acho que sou muito "bom", muito empenhado em estudar problemas que considero importantes para mim e para a Igreja: estudo a sério, tento não perder tempo, procuro um confronto sério de ideias e uma abordagem científica aos problemas.
Mas quando vejo alguns dos meus colegas, vindos um pouco de todo mundo, vindos de muito mais longe do que eu (e o longe não são só os quilómetros; são as experiências de vida) e que põem toda a "alma" nisto. Eu "queixo-me" dos custos de aqui estar, mas sinto isto como europeu de portugal (que temos um governo da treta e uma economia da tanga!); mas para quem vem de "longe" os custos são muito mais impactantes.
Os dados são estes. Acho que, em maior ou menor grau, todos os sentimos.
A pergunta, o desafio, o empenho (que pode começar por ser quaresmal) é: que fazemos com a possibilidade-responsabilidade de estudar.
Queria deixar o testemunho mas queria também que se lançasse o diálogo e a partilha de experiências e de perguntas. O que me/te motiva a estudar? O que tenho de "pagar"? O que espero conseguir?