quinta-feira, 7 de abril de 2011

A saúde mental dos portugueses


Por Dr Pedro Afonso, in Público 21/06/2010


Alguns dedicam-se obsessivamente aos números e às estatísticas esquecendo que a sociedade é feita de pessoas.


Recentemente, ficámos a saber, através do primeiro estudo epidemiológico nacional de Saúde Mental, que Portugal é o país da Europa com a maior prevalência de doenças mentais na população. No último ano, um em cada cinco portugueses sofreu de uma doença psiquiátrica (23%) e quase metade (43%) já teve uma destas perturbações durante a vida.


Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque assisto com impotência a uma sociedade perturbada e doente em que violência, urdida nos jogos e na televisão, faz parte da ração diária das crianças e adolescentes.


Neste redil de insanidade, vejo jovens infantilizados incapazes de construírem um projecto de vida, escravos dos seus insaciáveis desejos e adulados por pais que satisfazem todos os seus caprichos, expiando uma culpa muitas vezes imaginária.


Na escola, estes jovens adquiriram um estatuto de semideus, pois todos terão de fazer um esforço sobrenatural para lhes imprimirem a vontade de adquirir conhecimentos, ainda que estes não o desejem. É natural que assim seja, dado que a actual sociedade os inebria de direitos, criando-lhes a ilusão absurda de que podem ser mestres de si próprios.


Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque, nos últimos quinze anos, o divórcio quintuplicou, alcançando 60 divórcios por cada 100 casamentos (dados de 2008). As crises conjugais são também um reflexo das crises sociais. Se não houver vínculos estáveis entre seres humanos não existe uma sociedade forte, capaz de criar empresas sólidas e fomentar a prosperidade. Enquanto o legislador se entretém maquinalmente a produzir leis que entronizam o divórcio sem culpa, deparo-me com mulheres compungidas, reféns do estado de alma dos ex-cônjuges para lhes garantirem o pagamento da miserável pensão de alimentos.


Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque se torna cada vez mais difícil, para quem tem filhos, conciliar o trabalho e a família.


Nas empresas, os directores insanos consideram que a presença prolongada no trabalho é sinónimo de maior compromisso e produtividade. Portanto é fácil perceber que, para quem perde cerca de três horas nas deslocações diárias entre o trabalho, a escola e a casa, seja difícil ter tempo para os filhos. Recordo o rosto de uma mãe marejado de lágrimas e com o coração dilacerado por andar tão cansada que quase se tornou impossível brincar com o seu filho de três anos. Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque a taxa de desemprego em Portugal afecta mais de meio milhão de cidadãos. Tenho presenciado muitos casos de homens e mulheres que, humilhados pela falta de trabalho, se sentem rendidos e impotentes perante a maldição da pobreza. Observo as suas mãos, calejadas pelo trabalho manual, tornadas inúteis, segurando um papel encardido da Segurança Social.


Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque é difícil aceitar que alguém sobreviva dignamente com pouco mais de 600 euros por mês, enquanto outros, sem mérito e trabalho, se dedicam impunemente à actividade da pilhagem do erário público.


Fito com assombro e complacência os olhos de revolta daqueles que estão cansados de escutar repetidamente que é necessário fazer mais sacrifícios quando já há muito foram dizimados pela praga da miséria.


Finalmente, interessa-me a saúde mental de alguns portugueses com responsabilidades governativas porque se dedicam obsessivamente aos números e às estatísticas esquecendo que a sociedade é feita de pessoas. Entretanto, com a sua displicência e inépcia, construíram um mecanismo oleado que vai inexoravelmente triturando as mentes sãs de um povo, criando condições sociais que favorecem uma decadência neuronal colectiva, multiplicando, deste modo, as doenças mentais.


E hesito em prescrever antidepressivos e ansiolíticos a quem tem o estômago vazio e a cabeça cheia de promessas de uma justiça que se há-de concretizar; e luto contra o demónio do desespero, mas sinto uma inquietação culposa diante destes rostos que me visitam diariamente.


Pedro Afonso, Médico psiquiatra

sexta-feira, 11 de março de 2011

11/03/20111

"...Foram ter com Jesus e perguntaram-Lhe: 'porque razão nós e os fariseus jejuamos e os teus discipulos não jejuam?'..."
(Do Ev da Missa de hoje, Mt. 9, 14-15)

Os fariseus obedeciam a leis embrulhadas em conveniencias e rituais exteriores, ocos de sentido. O mesmo acontece hoje ainda... Cortar com a compota e o chocolate... pôr na mesa um belo robalo à 6ª. feira e sentir-se em paz com a penitência de Quaresma... que raio de jejum é este? Não terei antes que me alimentar de perguntas como: Como vivo a justiça? Os meus medos e "prisões"? A Verdade? Como acolho e dou a mão aos que sofrem? Como amo os diferentes? Como uso o meu tempo? Seguir Jesus, é criar com ELE uma intimidade que me afaste de "outros" alimentos, uma vez que só UM me pode satisfazer: Jesus, O Senhor!

"...Quando orares, entra no teu quarto, fecha a porta, e namora com o teu Pai no segredo do teu coração..."

Teresa Olazabal

quinta-feira, 10 de março de 2011

10/03/2011

"Naquele tempo, disse Jesus aos Seus discipulos: «Se alguém quer vir após Mim, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz, dia após dia, e siga-me. Pois, quem quiser salvar a sua vida há-de perdê la; mas, quem perder a sua vida por Minha causa há-de salvá-la...:"
(Do Ev. da Missa de hoje, Lc. 9, 22-25)
É por isto que ELE me fascina! Assim radical, claro, sem enfeites nem mentiras!!! Ao contrário do mundo que nos seduz com contentamentos e prazeres rápidos e fáceis que nos deixam um vazio amargo... Jesus diz: Queres ser feliz...? Feliz como nunca foste? ANDA COMIGO! EU SOU a porta da tua FELICIDADE, i.é, renuncia a ti mesmo! Morre para o mundo i.é, toma a tua cruz! Queres salvar a tua vida? "Perde-a" para o mundo, dá-ma, e verás! Preferes ganhar o mundo? Ok. Então, perdes a vida...! Ouve! Este tempo é de conversão e de verdade = Ou o mundo, ou Eu. Os dois... NÃO!

Teresa Olazabal

quarta-feira, 9 de março de 2011

Quaresma

4ª. FEIRA DE CINZAS, DIA 1 DA QUARESMA

"...Tu, porém, quando rezares, entra no teu quarto, fecha a porta e ora a teu Pai em segredo; e teu Pai, que vê o que está oculto, te dará a recompensa..."
(Do Ev. da Missa de hoje, Mt. 6, 1-6. 16-18)


Entrar no quarto... Fechar a porta... Oculto... Silêncio... Recompensa... As surpresas que nos reserva o Senhor para este "tête à tête"! Nesta Quaresma, os dois - ELE e eu, ELE e tu... longe de tudo, só os dois, iremos descobrir pouco a pouco, em pequenos passos diários quem somos... Com ELE vou despir-me das máscaras que o Carnaval da vida e do mundo me impõem e saber quem na realidade sou. Assim frágil e nua, posso então saber quem ELE é. E ELE virá... a mim, a ti num encontro unico. É a recompensa!
Teresa Olazabal

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Novo ano... nova reunião

Olá a todos!
Como é que estamos de calendário?
Temos que juntar o povo... Vamos falando por mail.
Beijaços e bom 2011!