sábado, 12 de junho de 2010

Fim do ano sacerdotal


Chegámos ao final do ano sacerdotal. O Papa Bento XVI proclamou o Ano Sacerdotal para celebrar os 150 anos da morte de S. João Maria Vianney.
Naquela que foi a cerimónia com a maior concelebração da história de Roma (mais de 15000 padres de quase 100 países), decorreu ontem no Vaticano onde o Papa utilizou simbolicamente na celebração, o cálice que pertencia a São João Maria Vianney, que hoje é conservado na paróquia de Ars (França).

Mas o que há a reter hoje do Santo Cura d’Ars?
Que dinamismos da sua vida e acção para as nossas vidas e comunidades?
Que frutos levamos deste Ano Sacerdotal?

Um homem de BONDADE.
Quando se evoca o Santo Cura d’Ars, qual a primeira impressão que vem ao nosso espírito? Os habitantes de Ars, interrogados depois da sua morte, respondem quase todos unanimemente: “a bondade”. Um homem bom, profundamente humano, sempre atento a todos. Um padre que leva até Deus sem rodeios! “Quando estamos a seu lado, temos vontade de ser melhores!”, sublinha um camponês de Ars. Um pobre, um humilde que se abandonou todo nas mãos de Deus, e totalmente dado aos seus irmãos.

Um homem de ORAÇÃO.
É o que mais chamava a atenção dos seus contemporâneos. Longos momentos diante do sacrário, uma verdadeira intimidade com Deus, um abandono total à sua vontade, um rosto transfigurado… tantos elementos que deixavam perceber, naqueles que o encontravam, a profundidade da sua vida de oração. Isso foi a sua grande alegria e o lugar de uma verdadeira amizade com Deus.

No coração da sua vida, a EUCARISTIA.
“Ele está ali”, exclamava o santo Cura olhando o sacrário. Homem da Eucaristia, celebrada e adorada.
“Não há nada maior que a Eucaristia”, exclamava. O que o mais o tocava, talvez, era constatar que o seu Deus estava ali, para nós, presente no sacrário: “Ele espera-nos!”

Um extraordinário testemunho da MISERICÓRDIA.
A partir de 1830, milhares de pessoas virão a Ars para se confessar com ele. Ficava no seu confessionário 17 horas por dia para reconciliar os homens com Deus e entre eles. O Cura d’Ars é um verdadeiro “mártir do confessionário”. Tomado pelo amor de Deus, maravilhado diante da vocação do homem, media a loucura de se querer estar separado de Deus. Ele queria que cada um fosse livre de poder saborear a alegria de conhecer Deus e O amar, de saber que Ele nos ama…

No coração da sua paróquia, um HOMEM SOCIAL.
“Não sabemos quanto o Santo Cura fez como obra social”, relata um dos seus biógrafos. Vendo o Senhor presente em cada um dos seus irmãos, não cessa de os socorrer, ajudar, apaziguar os sofrimentos, permitir a cada um de ser livre e feliz. Orfanato, escola, atenções aos mais pobres e aos doentes… nada lhe escapa. Acompanha as famílias e procura protegê-las de tudo o que as pode destruir.

PATRONO de todos os PADRES do mundo.
Em 1929, o Papa Pio XI declara-o “patrono de todos os curas do universo”. Bento XVI nomeia-o “patrono dos padres do universo” em 2009. João Paulo II não disse outra coisa ao recordar em três vezes que “o Cura d’Ars permanece para todos os países um modelo fora do comum, ao mesmo tempo do cumprimento do ministério e da santidade do ministro”. Um pastor admirável, testemunha da ternura do Pai para cada um.

Um apelo universal à SANTIDADE.
“Mostrar-te-ei o caminho do Céu”, respondera ao pastorinho que lhe mostrava a estrada para Ars, isto é: “Vou ajudar-te a tornares-te um santo”. Ulteriormente, convida cada um a deixar-se santificar por Deus, a tomar os meios desta união com Deus, aqui na terra e para a eternidade. A seu exemplo, não hesitemos amar a Deus e os nossos irmãos com todo o coração!
Jean-Philippe Nault, in “Fêtes et Saisons” (Julho 2009) 3.
(traduzido e adaptado por Manuel Barbosa)


Algumas frases do Santo Cura d'Ars:
“Não tenho outra coisa a provar-vos senão a indispensável obrigação em que estamos de nos tornarmos santos! Se pudéssemos interrogar os santos, dir-nos-iam que a sua felicidade é amar Deus e estarem seguros de O amar sempre”.

“Os santos não começaram todos bem, mas acabaram todos bem”.

“A pregação dos santos, são os seus exemplos”.

“O caminho de vida com Deus chama-se santidade, que é para nós possível pelo acolhimento do Espírito. O Espírito Santo compromete-nos, na medida em que queremos viver o nosso baptismo, a dizer um sim total a Deus, Trindade de Amor, para que Ele realize em nós e por nós a sua vontade, a sua obra. Um caminho de fé que nos enche de felicidade”.

“Onde passam os santos, Deus passa com eles…”

“Aqueles que são conduzidos pelo Espírito Santo têm ideias justas. Quando somos conduzidos por um Deus de força e de luz, não nos podemos enganar… o olhar do mundo não vê mais longe que a vida, o olhar do cristão vê até ao fundo da eternidade”.

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